terça-feira, setembro 13, 2005

FORMAS DE PAVIMENTAR SUAS AÇÕES ENVOLVENDO MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO

Ampare-se na lógica que indivíduos que se sentem respeitados na empresa em que trabalham têm mais motivos para manterem a auto-estima num nível elevado: tendem, por conseqüência, a ser mais produtivos com qualidade, atendendo os clientes e fornecedores com presteza e satisfação.

Muitas vezes, porém, o óbvio precisa ser dito pelos dirigentes aos empregados que, mesmo desfrutando de uma série de benesses e regalias na empresa, não se dão conta disso: conseqüentemente tendem a não valorizá-las como deveriam.

Se você participa da equipe responsável pelas reordenações organizacionais de sua empresa, seria interessante, precedendo qualquer ação focada nesse segmento, que você se detivesse na análise de aspectos comportamentais, afetos ao clima e à cultura organizacionais - contidos na parte submersa do iceberg da sua empresa.

Há correntes de pensamento que advogam a tese de que pelo menos 70% dos problemas operacionais de uma empresa tem em suas raízes algum tipo de desentendimento pessoal entre os empregados dos diferentes escalões.

Para que as relações se desenvolvam com uma harmonia satisfatória é preciso que cada empregado seja sensibilizado, também, sobre a importância de dar atenção a um relacionamento precedente: o intrapessoal. Quem não está bem consigo mesmo, terá maiores dificuldades para se relacionar bem com os demais.

Procure avaliar como está o auto-conhecimento de cada um, não apenas sobre os seus pontos a desenvolver, mas, principalmente sobre seus dons, habilidades, áreas de domínio de conhecimento e virtudes.

Quanto melhor a pessoa se conhecer – e gostar do que constata – maiores serão suas chances de, reconhecendo o seu próprio valor, manter elevado o astral e de se sentir mais confiante e produtivo.

Quanto aos “pontos a desenvolver” convide-os a hierarquizá-los por ordem decrescente de importância (a seleção dos mais prementes não deixa de ser uma forma de direcionar o seu foco para, em termos de investimento, não ficar “atirando” em todas as direções), estabelecendo prazos, objetivos, parcerias e investimentos necessários.

Alguns estudiosos advogam a idéia de que devemos deixar de lado os campos de domínio em que somos medianos para investirmos naqueles em que já somos bons, objetivando nos tornarmos ótimos, dentro do princípio que as pessoas são lembradas e valorizadas por suas grandes virtudes, dando-se pouca atenção para as limitações delas.

Um empregado mais bem resolvido tem menos chance de ter problemas de saúde (física ou psíquica), reduzindo de forma significativa a probabilidade de licenças e afastamentos do trabalho. Em virtude de estresse e de insatisfações surgem, como se sabe, as doenças decorrentes da somatização dos problemas, tais como: dermatoses, cefaléias, gastrites, úlceras, etc.

Procure, também, mapear as iniciativas da empresa em termos de relacionamento interpessoal, além das conquistas dos empregados nos últimos anos, em termos de bem-estar e qualidade da vida. Descubra uma maneira criativa de promover à divulgação dessas informações, enaltecendo o binômio: “preocupações da empresa com o empregado” e “motivos de satisfação do empregado com a empresa”.

Perceba que até agora não falamos de metodologias, estratégias negociais, pesquisas de mercado, concorrentes, clientes externos: são formas simples e baratas de se fortalecer internamente os vínculos.

Consiga um bom número de adeptos para a sua causa, nos mais diversos níveis hierárquicos (há espaço para todo tipo de colaboradores), para, juntos, se fortalecerem e difundirem conceitos sobre esse tema e a sua conseqüente importância na vida de cada um.


Para ajudar na instrumentalização do processo reserve um tempo para elaborar um planejamento básico dos próximos passos, incluindo, dentre outros, os seguintes aspectos:
- faça sessões de Brainstorming: no início de processo os participantes, diante de um problema, têm como compromisso, elencar, durante um determinado espaço de tempo, o máximo possível de palavras que lhes vêm à mente, sem qualquer tipo de censura ou processo de racionalização. Depois, é realizada a seleção/filtragem das palavras afins por grupamentos definidos, como por exemplo, todas as que envolvem “Recursos Humanos”, “Tecnologia”, “Legislação”, “Mercado”, etc. Conduz-se reflexões sobre a construção de soluções com base nos levantamentos efetuados;
- alinhe o propósito de cada ação, as palavras-chaves, as idéias principais e os conceitos indispensáveis;
- defina os elementos de sustentação do projeto: a equipe, o patrocinador, o tipo de patrocínio, as próximas ações, o público-alvo, os custos;
- estabeleça o cronograma de intervenções e monte de forma preliminar a agenda de compromissos.

Desencadeie ações estruturadas: sensibilize dirigentes - e consiga que um deles seja um patrocinador da causa, conquiste aliados e treine multiplicadores.

Divulgue as conquistas preliminares e os resultados iniciais, por menores e incipientes que sejam: é bem-vinda toda ação edificadora nesse momento de construção de imagem.

Se o tempo permitir e a ação o exigir, poderá, também, utilizar as quatro variáveis relevantes na elaboração de um Planejamento Estratégico: Forças e Fraquezas (no âmbito da empresa: fatia de mercado, qualidade dos produtos/serviços, estágio de desenvolvimento tecnológico, nível de satisfação interna, etc. ) e Ameaças e Oportunidades (no ambiente externo: clientes, concorrentes, legislação, mercado, fornecedores, etc.).

Antes de pedir novos apoios, mostre sempre serviço sobre o que você está fazendo atualmente: a melhor maneira de ser ouvido e reconhecido é exibindo, primeiramente, resultados.

Lembre-se sempre que ninguém atira pedras em árvores sem frutos. Prepare-se e desenvolva mecanismos de defesa, para poder enfrentar com serenidade e competência os novos desafetos, principalmente quando os resultados começarem a aparecer: é quase inevitável despertar cobiça, inveja, disputa de poder e de espaço.

Dizem que não se gerencia o que não for passível de mensuração: crie mecanismos de aferição de desempenho, de comparação de resultados, além de pesquisas para levantamento de expectativas internas (empregados) e de níveis de satisfação dos empregados e clientes (antes e depois das implementações).

Antes de tomar decisões relevantes procure ouvir pelo menos uma pessoa, nem que seja por telefone ou e-mail, se o tempo não permitir uma intervenção mais estruturada: é uma preciosa oportunidade de refletir sobre a tempestividade (muitas vezes a sua idéia é excelente, mas não no momento desejado), os pontos positivos e as limitações da proposta, além de receber dicas.

Diante das inovações que pretende implementar faça, antes de tudo, o papel de “Advogado do Diabo”, procurando se abstrair, invertendo os papéis: se você estivesse do outro lado da questão, quais os senões, os defeitos, os entraves, as limitações que você detectaria na proposta?

Assim, você poderá se precaver com alguns desses prováveis “problemas” que somente estourariam mais à frente, além da possibilidade de desenvolver caminhos alternativos, podendo construir com calma, respostas concretas e convincentes, às indagações dos prováveis questionadores das suas idéias e dos seus projetos.

Por que fazer tudo isto? Como desdobramento dessa cadeia positiva de iniciativas favoráveis a empresa será mais bem vista, terá maior espaço gratuito na mídia (que procura, na maioria das vezes, valorizar os extremos: as catástrofes / fraudes / incompetências, mas também abre espaço para as experiências bem-sucedidas, exemplares), além de contribuir para promover o bem-estar e aumentar suas vendas, melhorar seus resultados.

Ore sempre, pedindo luz e proteção, antes de começar cada jornada, antes de iniciar cada atividade relevante, antes de tomar cada decisão significativa. Ore, também, nos desfechos, quaisquer sejam eles, lembrando-se da máxima que diz que o melhor é o que lhe acontece. Por fim, ore também ao fim de cada dia, pela gama de oportunidades de aprendizados que lhe foram permitidos desfrutar.

quarta-feira, março 30, 2005

ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS NA GRADUAÇÃO

Como forma de valorização do texto e para facilitar a sua compreensão, em todo trabalho escrito, principalmente a partir da Graduação, devem ser observadas as normas técnicas para produção de trabalho acadêmico, fixadas pela ABNT, havendo, também, além do corpo do texto, dentre outras, a inclusão de:
- folha de rosto;
- sumário;
- bibliografia;
- anexos.

Estes trabalhos ao longo da graduação servem como preparação para a futura necessidade de elaboração e defesa do TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. Podem propiciar, também, ao aluno uma oportunidade de exercitar suas habilidades na realização de uma apresentação, com competência e ética, seguindo algumas técnicas recomendadas:
- pesquisa bibliográfica;
- cuidados / criatividade na preparação dos materiais;
- uso adequado da voz;
- postura cênica;
- expressão corporal;
- utilização dos equipamentos/recursos;
- formas de interação com a platéia.

Para tanto o Aluno deverá receber previamente dicas de como conduzir essas apresentações, tendo, ainda, a oportunidade de vir à frente em diversas outras ocasiões nas aulas, seguida sempre de sessões de feedbacks, onde serão enfatizados os aspectos mais interessantes apresentados e sugestões que poderiam tornar o evento mais interessante.

Essas iniciativas contribuem para preparar o aluno para o mercado de trabalho, melhorando as suas chances de se sair bem quando tiver que elaborar uma pesquisa e quando precisar fazer uso da palavra, nos diferentes contextos: pessoal, acadêmico e profissional.

O trabalho deverá versar sobre assuntos pertinentes ao campo de abrangência da Disciplina, ficando a critério do Aluno a escolha do tema: se julgar necessário, pode consultar o Professor sobre a possível pertinência do tema pretendido. Deverá ser individual, como forma de aprimoramento do aluno: se o trabalho for em grupo haverá maiores chances dos mais tímidos e os preguiçosos se esconderem atrás dos empreendedores.

Na escolha do tema, leve em consideração a pertinência/relevância do assunto escolhido, lembrando-se de abordar tópicos de interesse do seu curso e da disciplina que você está cursando. Coloque-se, nesse momento, no lugar de alguém da platéia e imagine sobre que assunto você gostaria de obter informações que contribuíssem para o seu crescimento pessoal e/ou profissional.

Interessa, nesta atividade, que o aluno exercite o seu poder de pesquisa, análise e síntese. Não tem nenhum valor apenas fazer uma conveniente montagem, limitando-se a recortar e colar trechos de arquivos, ou apenas transcrevendo textos prontos, mesmo que dando o crédito aos autores.

Inibição não é argumento para não se apresentar o trabalho. Como sugestão de avaliação, o trabalho escrito poderá valer oito Pontos. A Nota será um somatório dos seguintes fatores de qualidade:
- conteúdo do texto do trabalho;
- pertinência do tema abordado em relação ao conteúdo da Disciplina;
- observância das normas na produção de trabalho acadêmico;
- diversidade da pesquisa;
- criatividade na escolha e uso dos recursos/materiais utilizados;
- apresentação em sala (domínio do conteúdo, tipo de abordagem, desenvoltura, qualidade da informação, capacidade de despertar o interesse na platéia, etc.).

Os dois Pontos restantes serão atribuídos com base na freqüência do Aluno, iniciativa/participação nas atividades em grupo, além da qualidade das suas intervenções durante as aulas como um todo.

Na elaboração do trabalho é um extraordinário exercício dispor lado a lado várias fontes de informação, analisá-las e procurar registrar pontos em comum ou conflitantes entre os diferentes textos/autores. Não se limite apenas a pesquisas em sites na Internet (o que é muito prático e rápido, além da tentação do "recortar e colar"): mostra-se importante, também, pesquisar livros, periódicos, jornais.

É importante reservar um espaço no trabalho escrito, a título de Considerações Finais, para que você expresse suas opiniões com relação ao tema abordado, abrangendo alguns desses aspectos:
- o que pensa a respeito do assunto;
- quais foram as suas impressões;
- que impacto essa abordagem tem na formação do profissional;
- se tem correlação com a realidade brasileira e/ou capixaba.

Nesse exercício, sempre que possível, faça analogias entre as citações acadêmicas e as seguintes possibilidades:
- o seu grau de ineditismo ou de singularidade;
- o impacto das afirmações na realidade da vida das pessoas;
- a situação do mercado de trabalho (capixaba, nacional e/ou mundial).

É considerado um trabalho pobre, em termos acadêmicos, se não houver:
- uma diversificada e qualitativa Bibliografia;
- diversas citações de autores ao longo do texto, confirmando ou contrariando as suas idéias (sempre que o fizer, cite o autor, o - ano da publicação, caso o leitor se interesse por conhecer maiores detalhes sobre o autor e/ou a obra;
- quadros, gráficos e/ou imagens, ou ainda transcrição de trechos de obras, sem a citação da respectiva fonte (Publicação original, sobrenome do autor, ano da publicação).

Nem tudo o que estiver contido no trabalho escrito, precisa ser apresentado em sala (pode servir, principalmente, para maior fundamentação teórica do texto), mas tudo o que for apresentado em sala deve constar do trabalho escrito, incluindo, como anexos, se for o caso, fábulas, estórias, letras de música, detalhamento de dinâmicas, diálogos de dramatizações.

De acordo com a criatividade de cada aluno, poderá elaborar a sua apresentação, com utilização/exploração adicional de uma ou mais das seguintes possibilidades:
- trecho de um filme (comercial, desenhos, de animação);
- dramatização (podendo contar com a colaboração de colegas);
- música;
- estórias, fábulas;
- fatos com destaque na mídia;
- exemplos da vida pessoal;
- exemplos da vida profissional (seus, de familiares/conhecidos).

Prepare sempre um pouco mais de material/recursos: além de lhe dar a oportunidade de escolher qual usar, segundo a dinâmica da sua apresentação e das reações da platéia, você terá um recurso extra para provável utilização, caso a sua apresentação ocorra de maneira mais rápida do que imaginava.

Uma vez concluída a elaboração do trabalho, faça simulações de apresentações com seus colegas ou familiares, pedindo que emitam sua opinião e que dêem sugestões, tomando muito cuidado na gestão do tempo. O desafio é fazer e apresentar o trabalho de uma forma muito melhor e mais interessante do que já fez até então.

Quando produzir slides no Power Point ou transparências:
- na segunda página elabore o Sumário da apresentação (na primeira devem estar o título do Trabalho e o nome do autor;
- atenção para o tamanho da fonte da letra,de forma que seja legível em todos os lugares da sala;
- não coloque muito texto/informação por página;
- não reproduza na íntegra o texto original;
- não reproduzir cópia, em tamanho original, da página inteira do livro ou publicação;
- não misture diferentes tópicos e assuntos na mesma página;
- coloque apenas os tópicos mais relevantes, de uma forma sintética, como um balizador, um guia lógico tanto do Apresentador como da platéia;
- apresente, em páginas separadas, conceitos, resumos, principais idéias, quadros estatísticos, gráficos, imagens;
- se for desdobrar o mesmo assunto em várias páginas, repita no cabeçalho de cada um o título-fonte e numere seqüencialmente cada um deles, como forma de amarração dos diversos topicos comuns.

Ao usar esses recursos, parta do princípio que ali devem estar contidos apenas os tópícos mais relevantes, funcionando como um balizador para o apresentador e para a turma sobre os itens tratados, além de conceitos, resumos, principais idéias, imagens, gráficos, quadros estatísticos.

Para cada quatro minutos de apresentação tome como referência um slide ou transparência. Se resolver preparar mais slides, hierarquize-os (do mais importante para o menos importante) antes da apresentação, para você fazer uma gestão dinâmica do tempo, utilizando tantos quanto o tempo o permitir, e descartando com serenidade os que não puderem ser exibidos.

Mais importante que o resultado final em si será a dedicação demonstrada na qualidade do trabalho elaborado e o esforço em apresentar o trabalho da melhor forma possível, lembrando que o espaço das aulas, nesses casos, funciona como um laboratório, ou seja, um local apropriado para experimentos (tentativas, ousadias, erros e acertos).

Não subutilize o tempo disponível para a apresentação: no mínimo planeje atividades para ocupar 90% do tempo destinado a você.

Teste previamente todos os equipamentos, cabos, plugs e tomadas. Veja se há necessidade de extensão elétrica.

Treine a modulação de voz: é importante que fale de forma audível por todos na sala. Se necessário, pode lançar mão do microfone.

Tenha sempre um Plano B (uma estratégia alternativa), para o caso de algum problema com os equipamentos: falhas na reserva, ou de funcionamento na hora da apresentação.

Lembre-se que o seu compromisso é dar o seu recado sobre o assunto escolhido, independente de limitações técnicas/operacionais, pois na vida profissional, apesar dos incidentes, você tem que "sair do outro lado", vitorioso.

Se o tempo disponível for curto para a dimensão do seu trabalho, é melhor se expositivo, ou seja, dar o seu recado sem interações com a platéia, para não correr o risco de estourar o tempo.

É responsabilidade do aluno providenciar, com bastante antecedência, a reserva de equipamentos que irá utilizar na apresentação: Kit completo (com CPU, Tevê e Vídeo); só Tevê e Vídeo; DVD. Para tanto deve procurar a área específica para tal (Secretaria do Curso), certificando-se tempestivamente se as suas reservas foram confirmadas e/ou se foram feitas da forma correta.

Pelo menos na aula que antecede à apresentação deverá ser entregue ao Professor uma cópia do trabalho escrito e da programação a ser desenvolvida em sala.

Se o aluno julgar conveniente, pode providenciar, para os alunos da sua turma, como forma de enriquecer a sua apresentação:
- um Folder com um resumo do assunto estudado;
- cópia de uma mensagem ou a letra da música estudadas;
- gráficos, quadros estatísticos, pesquisas, etc.

O tempo de apresentação será definido pelo professor, de acordo com o Período da turma (quinze minutos para os primeiros Períodos e trinta minutos para os últimos Períodos).

As apresentações devem ocorrer nos dias previamente marcados, somente se justificando um adiamento por motivos de força maior, assim enquadrados pelo Professor.

Os adiamentos por motivos julgados questionáveis (tilt na impressora, perda de arquivos, queima de HD, diversas atividades em outras disciplinas nos dias próximos à apresentação), poderão ser remarcados, a critério do Professor, com perda de pontos na avaliação do trabalho, acarretando a obrigatoriedade de apresentação na nova data. Na reincidência de adiamento sem justificativa acatada, significará nota Zero na Avaliação.

Na apresentação tente manter todos os Alunos no seu campo de observação: ao olhar para todos eles de uma forma continuada você terá condições de aferir instantaneamente como está sendo percebida sua apresentação, podendo confirmar o acerto da sua estratégia ou fazer correções de rota sempre que julgar adequado.

Lembre-se de ficar sempre de frente para a platéia, a fim de evitar os "pontos cegos" (são aqueles espaços da platéia que estão fora do seu alcance de visão, pelo fato de você não dirigir o olhar para as pessoas ali instaladas).

Caso recorra a estórias/fábulas ou a um texto específico, não basta relatá-los: você deve fazer uma interpretação pessoal da mensagem, inserindo-a na realidade abordada. Antes de dar a interpretação oficial ou a sua interpretação, colha depoimentos da platéia e peça opiniões.

É bastante comum o trabalho ficar malfeito para o Aluno que deixa para fazê-lo na última hora. Utilize a seu favor o tempo disponível, fazendo uma pesquisa séria e dedicando um bom tempo para a elaboração do texto.

Até o encerramento da apresentação, deverá também entregar os Arquivos em meio magnético ao Professor, contendo todo o detalhamento da apresentação (Arquivos Word, e, se for o caso, Power Point, outras Animações), acompanhados, conforme o caso, de transparências, detalhamento de atividades.

Após diversas apresentações na mesma aula, a critério do Professor, haverá um espaço para o exercício da crítica, através de discussões, com sessões de feedbacks, esclarecimento de dúvidas e complementos de informação, havendo espaço para manifestações do Professor e dos alunos ("Pontos Fortes" na apresentação e "Pontos a Desenvolver").

É muito importante a maturidade no exercício da crítica, tanto no bom senso e ponderação de quem emite a opinião, quanto na humildade de quem recebe os feedbacks.

Deve, também, disponibilizar aos alunos da sua turma, o conteúdo dos trabalhos, através de Listas de Grupos no Correio Eletrônico, ou disponibilização em Página na Web.

Cabe aos demais Alunos em sala prestar muita atenção nas apresentações, pois é uma ótima forma de aprendizado do conteúdo. Para colaborar com quem está apresentando, deve participar sempre que for convidado, ou que julgar apropriado.

Além disso, deve observar bem como os seus colegas fazem as apresentações, para assimilar iniciativas interessantes que podem ser novamente utilizadas e, principalmente, aprender com os erros cometidos por seus colegas de turma, evitando repetir o que, definitivamente, não funciona.

Menor será, também, a tolerância do Professor com as suas falhas quando da apresentação, principalmente as que forem comentadas e realçadas em sala: por isso a importância da presença do aluno em todas as aulas.

Estas observações não têm a pretensão de formar um profissional pleno na elaboração e na apresentação de trabalhos: são algumas dicas que, se observadas na sua maioria, certamente contribuirão para um trabalho de melhor qualidade e uma apresentação mais refinada.

Boa sorte: conte comigo.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

ENTRE A NEGATIVIDADE E AS NECESSÁRIAS NEGAÇÕES

"Não pode.", "Não mexa.", "Não quebre.", "Não suba.", Não pegue.", "Não derrube.", "Você não sabe.", "Você não consegue.", "Você vai cair.", "Você vai se machucar.", "É muito difícil para você.", "É complicado para a sua idade.", "Deixa que eu faço por você.", "Só vai poder quando você for grande.", "Deixa que eu decido: eu sei o que é melhor.", "Porque não, e pronto.", "Um dia você vai me entender."

"Não se mexa.", "Não realize.", "Não ouse.", "Não aja.", "Não volte atrás.", ""Não dê mole.", "Não perdoe.", "Não reconsidere.", "Não dê desconto.", "Não lute.", "Não se permita mudar.", "Não adianta tentar.", "Não vai conseguir".

Não se furte à ação, não se exima, não se culpe, não se isole, não se aliene, não se despreze, não se contente com quase nada, não se anule, não se acomode, não se martirize, não se desvalorize, não se anule, não se baste, não se poupe, não se agrida.

Não espere demais, não se desvie de si, não se destrua, não se aniquile, não se omita, não se oculte, não minta, não se isole, não deixe por menos, não blasfeme, não vacile, não se condene, não fuja da raia, não levante falso testemunho.

"É muito difícil.", "Logo agora você vai querer isto?", "Tá tão bom do jeito que tá.", "Por que você não desiste?", "Você não está querendo muito, não?", "Não vai dar certo.", "O mar não tá pra peixe.", "Deixa para um outro momento.", "Você vai trocar o certo pelo duvidoso?", "Onde você está com a cabeça?", " "Devagar com o andor".

Não se feche, não racionalize tudo, não se faça de vítima, não teorize a vida, não queira ser a palmatória do mundo, não seja um coitado, não sofra por antecedência, não complique, não dê murro em ponta de faca, não carregue o mundo nas costas.

"Não está ao seu alcance.", "Não é para o seu bico.", "É muita terra para o seu caminhão.", "Não insista.", "Na teoria isso é bonito.", "Não é viável no atual contexto.", "É muita pretensão.", "Não há tempo para essas coisas.", "Você ficou maluco?", "Não é possível.", "Não tem a menor chance de dar certo.", "Ninguém antes conseguiu".

"Não se complemente.", "Não se realize.", "Não vale a pena.", "Não viaje na maionese.", "Não me fale mais nisso.", "Não vai ser possível.", "Quando eu tinha a sua idade eu também achava que era possível.", "Não há clima para isso.", "Não passa de uma fantasia.", "Não se iluda tanto.", "Não, não e não".

Não lhe devo satisfação; você não manda em mim; você não tem o direito de agir assim em relação à minha pessoa; você pediu: não reclame; você não pode decidir por mim; não lhe dou o direito de falar assim comigo; você passou dos limites; você vai ter agora o que merece.

"Não quero nada.", Não sei.", "Não trabalho com hipóteses.", "Não consigo.", "Não tenho mais idade para isso.", "Não vou conseguir.", "Não vai me entender.", "Não estou preparado.", "Não tenho estrutura.", "Não se faça de rogado.", "Não enche o saco.", "Não abra o bico.", "Não sei o que quero".

"Não me deixe só.", "Não me abandone jamais: você é tudo o que eu tenho.", "Eu não sei viver sem você ao meu lado.", "Não diga isso justamente agora que a nossa relação estava mais madura, estava crescendo?", "Você não sabe viver sem mim.", "Você não era ninguém antes de me conhecer."

Com qual grupo você mais bem se identificou? Quais dessas negatividades já fizeram parte do seu usual repertório? Quantas ainda constam do seu arsenal? Quantas carapuças você vestiu? Como estão os seus mecanismos de autoproteção? Você conhece alguém em quem cairiam como uma luva alguns desses condicionamentos restritivos/negativos? Você é reativo ou proativo? Quando é necessário reagir, você o faz quanto tempo depois do necessário?

A negatividade coage, intimida, limita, discrimina, veta, diminui, proíbe, pune, cerceia, condena, prejulga, ilude, exclui, diminui, marginaliza, bloqueia, exclui. Destrói sonhos e fantasias, fecha portas, traz complexos, contamina amizades, destrói amores.

O bom uso da negação pode expandir, criar, clarear, oportunizar, esclarecer, libertar. Pode impor necessários limites, pode extrapolar limites, viabilizar sonhos. Escancara portas, restaura fantasia, resgata dignidade, reacende a chama do amor próprio.

O que você vai fazer de diferente a partir de agora? Tomar partido é fundamental: defender-se, ajudar quem precisa de sua intervenção, dar conselhos, dar um "chega pra lá" em alguns, abrir os olhos de outros. Sempre há tempo para você assumir o leme da sua vida e ajudar outros a fazê-lo, também.

L.A.C.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

ABSTRAÇÕES

Eu produzo escritos como quem espezinha o fútil esforço de mobilizar energias para, de forma premente, fazer algo de maneira a livre deixar tudo como está.

Faço-o como crítica a quem se encaminha muito fazer para nada mudar, que acha que tudo é fatalidade, como se fosse um servil operário da obra do destino, como se fosse criança no meio da conversa de gente grande.

Como pode alguém se considerar irrelevante detalhe da complexa engrenagem que trava a teia da sua vida? Que direito tem quem respeita demais o receio, cortando o caminho e limitando o espaço do necessário devaneio? Como negar ao viés o espaço como parte da necessária razão?

Dou respaldo ao direito da discórdia crítica que constrói respostas. Que, diante da perspectiva da luta, vista como coisa de poucos, permite que assole a alma, solape o sonho, dando crédito ao veredito de que quase vida vale a pena.

Não se prepara para o embate fugindo da luta, que só existe para dar vazão aos seus desígnios e emulação aos seus propósitos. É tempo de novas roupagens para surrados paradigmas, que se esvaem por si, só subsistindo por conta dos frágeis fugitivos dos elementares de surrados conformes, numa trajetória vã.

Quem espera sempre alcança a frustração do contentar-se com o parco, por pouco ter feito, justamente quando tudo estava à sua mão.

Devagar se vai ao longe na viagem do tempo perdido, da máxima frustração pelo mínimo realizar, com a estúpida satisfação de quem se sacia com muito pouco.
Mais vale um pássaro na mão do comedimento forçado, que insiste em considerar migalhas como alimento e que se sacia diante da perspectiva de convier com uma fome discreta.

Quem tudo quer, tudo perde em termos de medos, temores, recalques; lembra-se que na vida só não está ao alcance o que não se sonhou, que se fez verdade na sua concepção ética do muito querer, além do que lhe cabe no amplo e infinito espectro do concreto porvir.

De grão em grão a galinha enche o papo de ilusões baratas, como se vitórias lhe caíssem no colo, como se os sonhos fossem irrealizáveis, como quem acredita que esperar sentado é virtude, de que saber contentar-se com pouco é nobre, de que ousar é pecado, de que sonhar é delírio, de que realizar é obra para o campo da utopia.

Dar um passo de cada vez é a melhor receita para muito pouco realizar. É se contentar em fazer pequenos e reparos na sua obra de vida.

É ser um espectador da vida em cima de um florido muro, no de forma fortuita de quem comete repetidos delitos, teimando em esquecer que o livre acesso para o seu necessário desfrute está ao seu inteiro alcance, como de resto sempre esteve, sem grandes alardes.

Como não captar que a senha se mostra disponível a todo aquele que entende que inércia não rompida se esvai em si, constituindo total perda de tempo e desperdício de energia, numa fragmentação forçada dos sonhos.

É estreitar possibilidades, é minar a essência do sopro de vida que tudo permite, que apenas cerceia o que se deixa conter, o que nada natural pensa ter, o que aceita quase nada ser, o que exercita o eterno convalescer.

Como pode nada plantar e se dar ao luxo de ficar à espreita, na fútil esperança de, um dia, lançar mão da colheita que, por direito e lógica, não lhe cabe? Que nunca soube que a indagação compõe a partitura da crítica, que a ética permeia a razão, que a lucidez desperta propósitos, que o sonho acalenta o resultado.

É mais que tempo de aguçar os ouvidos da fantasia, para captar suaves sussurros no canteiro das possibilidades que, de graça, apontam infinitos caminhos, num desdobrar frenético e contínuo das coisas que, por viverem em ebulição, entendem como justo o esperar por quem anseie e anseie materializá-las, adentrando o espaço do prazer da realização.

L.A.C.

A GRATIDÃO E AS PEQUENAS GENTILEZAS

Dói constatar que há muita pouco espaço para a gratidão manifesta, não importa sobre que tipo de justificativa: somos pródigos em arrumar desculpas, mesmo a respeito de pequenas omissões. Geralmente não nos detemos o suficiente para analisar a importância que tiveram e têm em nossas vidas os conselhos e as atitudes de pessoas que cruzaram o nosso caminho nas mais variadas circunstâncias (muitas vezes nem as conhecíamos, o que não as impediram de ter desempenhado um papel importantíssimo no rumo de nossas vidas).

Estão perdidas em algum canto obscuro da nossa memória aquelas pessoas que:

- despertaram em nós uma vocação, ou até mesmo nos ensinaram a arte de um hobby, de um esporte, de uma profissão: foram para nós, num determinado momento, um ícone, uma referência; lógico que depois, fizemos por merecer o que somos e construímos hoje, mas, seguramente, sem aquele "empurrão", tudo teria sido muito mais difícil (ou, quem sabe, até impossível);
- num momento difícil de nossas vidas, em que o dinheiro era muito escasso, alimentaram nossos estômagos vazios, com lanches simples e maravilhosos, e/ou nos abrigaram por uns tempos, cedendo um espaço para ficarmos, tudo isso sem nada nos cobrar;
- nos disseram que haveria um concurso interessante, e, que muitas vezes, até nos emprestaram o dinheiro para a inscrição (através delas prestamos o concurso, fomos aprovados e estamos trabalhando lá até hoje);
- nos apresentaram ao mundo das artes e da cultura em geral, emprestando-nos discos e livros, nos permitindo o acesso à leitura de jornais, revistas (muitas vezes, nem nos emprestaram nada, mas, como vizinhos, nos brindaram com o som de cantores e músicas inesquecíveis, muitos deles determinantes nos rumos da nossa vida.

Merecem igualmente um espaço nobre na galeria da gratidão todas as pessoas que trabalharam par nós, ou nós prestaram serviços (em escolas, creches), cuidando de nossos filhos, principalmente quando eles eram mais indefesos: você pode até argumentar que sempre lhes pagou muito bem por esse serviço (o que não se discute), mas não se esqueça que, mesmo assim, seus filhos poderiam ter sido mal-educados, maltratatados, agredidos, ter adquirido péssimos hábitos.

As pessoas, quando são atendidas em suas pequenas ou grandes solicitações, raramente se dignam a agradecer a gentileza a quem as valorizou e se mobilizou, sabe lá a que preço (em termos de dificuldade, de ordenação de agenda, disponibilidade de tempo), para atendê-las.

Agem como se fosse obrigação sua, como se fossem naturais os pedidos delas, como se fosse uma honra atendê-las, mesmo que você nunca as tenha visto ou ouvido falar delas antes. É bom se ressaltar que, quanto maior a amizade, maior a necessidade da valorização do gesto.

É restrito, também, o espaço das pequenas gentilezas, principalmente no trânsito. Quando você quer sair de uma vaga diagonal, e o trânsito está intenso, é normal você ter que esperar muito tempo: geralmente alguém só pára o carro e lhe dá passagem se ele estiver interessado em ocupar a sua vaga.

Se você quase sobe na calçada com o carro, ou espera pacientemente, para lhe dar passagem, o motorista passa por você na maior imponência e desprezo, sem olhar de lado e sem dar o menor aceno de reconhecimento pela gentileza com que foi distinguido, como se fosse um imenso prazer para você ter cedido espaço para tão importante personalidade.

Vestidas as carapuças, o mais importante de qualquer reflexão não é provocar lágrimas, arrependimentos, auto-censuras: o que mais interessa é, com base no estímulo ao nosso campo de memória, o que podemos fazer de diferente agora, a partir do resgate da consciência de significativos momentos de nossa existência.

É possível reparar alguma coisa com aquelas pessoas que tanto representaram para nós? Se a resposta for negativa ("já morreram", "não tenho a menor idéia como reencontrá-las", etc.), cabe outra reflexão, como forma grata de "pagamento" pelo que, de maravilhoso, recebi um dia: "O que está ao meu alcance fazer, para participar da vida de outras pessoas, que, no momento presente, tal como eu, precisam de algum tipo de estímulo?".

E por que tudo isso? E por que dar atenção a esses convites? Se não movido por impulsos afetivos, éticos e de reconhecimento
, pelo menos em atenção a um princípio interessante na vida, que nos convida a continuamente renovarmos o ciclo "receber, agradecer, desfrutar, compartilhar, devolver".

L.A.C.

sábado, dezembro 11, 2004

DICAS PARA INÍCIO DE CARREIRA

Passada a euforia da boa nova (reconhecimento do mérito, orgulho pelo resultado, votos de felicidades), em que meu filho mais velho, Paulo Alexandre, após um difícil processo seletivo, foi admitido numa grande empresa, num cargo representativo, resolvi dizer a ele algumas coisas que eu gostaria muito de tê-las ouvido, muitos anos atrás, quando eu iniciei uma parecida jornada.

"Agora que você conseguiu um emprego compatível com as suas aspirações, tenha prudência e comece com o pé direito: reflita sobre as questões abaixo e implemente aquilo que julgar compatível com a sua realidade e o seu jeito de ser.

Em vez de conselhos, parecem-se mais com dicas de alguém que trabalha com o assunto e que percebe deslizes que, mesmo cometidos de forma inocente e natural, muitas vezes acabam pesando no resultado da avaliação da sua pessoa e na formação de imagem que fazem a seu respeito.

Ter opinião própria é maravilhoso, mas cuidado com a forma e o local em que a manifesta: lembre-se da relatividade das coisas e de que o que é óbvio e definitivo para você, pode ser absurdo e incompreensivo para o outro. Respeite, sim, a sua verdade, sem se esquecer que ela é a sua, existindo milhares de outras verdades procedentes nas demais pessoas.

Não queira ter a pretensão de converter almas e de reverter ideologias alheias: cada um sabe o seu momento e a suas conveniências pessoais em termos de filosofia de vida, idéias, propósitos, princípios. Contente-se, no máximo, em descobrir pessoas que compartilham dos seus pensamentos, ou que queiram ser adeptos dos seus ideais. Lembre-se que o verdadeiro aprendizado advém do embate das idéias, ocasiões em que você tem a rica oportunidade de confirmar suas crenças ou reformular alguns dos seus princípios.

Ante um certo prazer em bater no peito e dizer "Eu sou mais eu", lembre-se que todos nós interpretamos na vida inúmeros papéis, alguns deles simultaneamente, sofrendo incríveis variações no espaço de algumas horas de um dia. E uma possível atitude sua de querer ser espontâneo, sem ligar muito para os sentimentos dos outros, ou sobre o que vão pensar, até nesse momento você estará também desempenhando um papel: o de rebelde com ou sem causa, o do idealista com pureza de princípios, mas ingênuo de resultados.

Atenção com a barba, sempre muito bem feita e com os cabelos, bem cortados. As roupas devem estar sempre muito bem cuidadas: evite as cores fortes, os estampados chamativos, os modelos ousados, os trajes enfeitadas: quem tem que chamar a atenção é você, através da conduta, das suas idéias, da sua performance diária.

Cuidado com os excessos, pois geralmente essas posturas quase nunca são bem-vindas e sempre dão margem para pré-julgamentos, muitas vezes distorcidos: moderno demais, duro demais, calado demais, brincalhão demais, ousado demais, sensível demais. Um pouco de tempero em tudo sempre cai muito bem em qualquer situação.

Vale a pena investir no guarda-roupa: não precisa fazer o estilo "clean", o jeito insosso. Por outro lado, atenção com as roupas desbotadas, sapatos de cores muito diferentes, mal-conservados ou com salto/sola gastos.

Tenha mais de um "blazer", para as formalidades das diversas situações sociais: compõem melhor a imagem, dando um ar de civilidade, elegância e bom-gosto. Combine cinto com sapato (devem ser da mesma cor), combine cor das meias com a cor da calça (no entendimento de alguns, meias são consideradas extensão dos sapatos).

Observe sempre o grupo ao qual faz parte no trabalho e nos treinamentos: fique com a metade mais inserida nos parâmetros (nessa fase de integração no novo emprego, atenção para quantos usam calça jeans, tênis e quantos usam calça social e sapatos). Ninguém está lhe convidando para abandonar seus gostos pessoais em termos de vestuário: apenas estou lhe dizendo que são dois ambientes distintos, com rituais próprios, que merecem posturas, maneiras e atitudes diferenciadas.

Deixe uma primeira impressão positiva (dizem que você nunca terá uma segunda chance de causar uma primeira boa impressão) no jeito de se ser, de se vestir, de falar. Não se abra muito, não abra muito a guarda: as pessoas, nesses momentos, ficam muito atentas aos "defeitos" dos outros (o falastrão, o ingênuo, o papudo, o caipira, o ignorante, o sabichão).


Não desperdice oportunidades de fazer o seu marketing pessoal (com habilidade e nos momentos adequados fale sobre quem você é e sobre suas aptidões/habilidades, talentos: cuidado para não ser chato, exagerado, inconveniente).

Fique atento a tudo (Deus está nos detalhes): interesse-se pelas normas, saiba dos seus direitos e das suas obrigação. Anote tudo o que você achar interessante: certamente essas anotações poderão lhes ser muito úteis, como memória, fonte de consulta e lembretes.

Compre um livro de gramática e estude a grafia correta das palavras, concordância, acentuação, pontuação, dentre outros. Uma boa redação (com conteúdo, poder de síntese, clareza de idéias, fluência de texto), aliada com um texto sem erros, irá lhe abrir muitas e muitas portas.

Invista na letra: deixe-a num bom tamanho e pratique bastante a escrita: quanto mais a gente escreve, mais legível, definida e personalizada a letra da gente fica. A propósito, à medida que você investir no autodesenvolvimento, naturalmente aparecerão positivos reflexos na sua letra.

Seja simples, humilde, mas não seja simplório (imponha-se, defenda-se). Quando pedirem opinião, não se omita: lembre-se que você erra 100% dos chutes que você não dá. Da mesma forma que é ruim aquele que nada fala (é uma "múmia" em sala), ninguém gosta do "aparecido", que fala demais, opina demais (só dá ele na sala).

Atenção com o celular: nos treinamentos ele deve ficar no vibra-call. Se perceber que a chamada é importante, com a máxima discrição, diga "um momento" e saia da sala para atender a ligação. Se você se esqueceu de colocar no vibra-call e o telefone tocar, aja o mais rápido possível. Depois, se desculpe com o instrutor e com a turma de uma forma bem breve (sem explicações detalhadas).

São observações esparsas que me vêm à mente enquanto as digito para você. Não estou subestimando você, nem sua competência e discernimento com estes meus comentários: talvez você já saiba o que fazer em todas essas situações acima. Eu só estou sendo cauteloso e carinhoso com você.

Um beijo.
Seu pai."

L.A.C

PEDIDOS E ANSEIOS

Cuidado para não se contentar com os estreitos limites de uma mente linear, que só consegue captar e vislumbrar o que é exaustiva e explicitamente verbalizado e mostrado, como alguém que está condicionado a digerir o que está fartamente mastigado, sem possibilidades ou necessidade de elaborações, discordâncias, questionamentos.

Expanda os seus limites de consciência, permita que se amplie cada vez mais e de forma mais abrangente o seu território do tatear, do saber, do descobrir. Renove gradativamente o campo das descobertas, o universo dos seus paradigmas, a extensão das coisas sobre as quais tem dúvidas. O mundo das certezas é cada vez mais reduzido: quase tudo é possibilidade, oferecendo sempre a perspectiva de um redesenho e de novas interpretações. Precisamos mudar intensamente, o tempo todo, para sempre ser nós mesmos.

Dizem que quem, no mundo atual, não se sente confuso de alguma forma ou em algum contexto, certamente está mal informado. A dúvida e a mudança constituem grandes certezas, ao lado da morte, sobre a qual somos extremamente incapazes (fugimos desse assunto, recusamo-nos a abordá-la, procedendo como aquele que quebra o termômetro na esperança que a febre cesse).

Faça a sua parte de forma consistente e apaixonada: inferências, abstrações, deduções, analogias, induções, paralelos são indispensáveis em todas as situações da vida. Não se prenda apenas àquilo que foi claramente dito, ao o que lhe pareceu certo num primeiro momento. Procure enxergar a questão sob a ótica de todos os personagens possíveis: é uma excelente maneira de esgotar o máximo de possibilidades, para, assim, conseguir uma solução com maior perspectiva de ser adequada.

Rogo sempre a Deus que me permita ser claro ao explicitar minhas intenções e propostas. Lamento muito por todas as vezes em que eu não tenha conseguido me fazer entender quanto à minha proposta de trabalho, sobre os métodos que utilizo e nos quais ardorosamente acredito. Minha boa intenção não me basta para atingir os meus propósitos: acredito, sim, que a ala que mais cresce no inferno é a das pessoas bem-intencionadas. Minha luta com a clareza é permanente.

Peço, também, a Deus que expanda os seus limites de absorção das coisas, para que exercite, de forma plena, a sua capacidade de leitura nas entrelinhas, extraindo sempre o melhor de cada proposta ou possibilidade, não se contentando, nem se dignando a apenas enxergar e focar aquilo que não gostou, que não compreendeu, com o qual não concorda.

Permita-se, também, valorizar, no seu processo de crítica, tudo o que de maravilhoso você descobriu, aprendeu, utilizou. É injusto e egoísta, também, valorizar apenas as idéias que combinam com o seu jeito de ser, com as suas crenças, seus dogmas, sua ideologia e com as suas necessidades mais prementes de conhecimento e de crescimento.

Não tenha a expectativa, nem fique esperando que alguém seja o supridor de suas carências e necessidades específicas de crescimento, nem é conveniente ter a pretensão de procurar e encontrar quem o faça feliz. Esse compromisso é intransferível: a felicidade, como a motivação, são chaves que só abrem por dentro.

Invista na sua base de formação: você precisa, sim, de um conhecimento mais específico, mas ele só fará sentido se você também dispuser e souber utilizar uma sabedoria mais abrangente, de raízes. Se não investir no seu ser, nas suas necessidades mais prementes, de pouco ou nada adiantarão enunciados, tratados, credos, estatutos, metodologias, ferramentas: será como oferecer pérolas como refeição para os porcos.

Como Educador não atuo para reprovar ninguém: tento apenas lhes mostrar caminhos, hipóteses, possibilidades. Cada um escolhe se quer assinar a sua própria sentença. Não impinjo nenhum flagelo a quem quer que seja: a maior penitência que uma pessoa pode se submeter é assumir e conviver harmoniosamente com a sua própria perspectiva de mediocridade.

L.A.C.

domingo, novembro 07, 2004

CHECK-LIST INCIDENTAL COMO ELEMENTO DE AMPLIAÇÃO DO AUTO-CONHECIMENTO

Quando se fala em carreira, é muito comum ouvir conselhos de que o profissional que deseja ser bem sucedido deve ampliar de forma significativa o campo do conhecimento técnico/negocial, através de treinamentos, leituras, oficinas e workshops, mas não se vê com tanta freqüência sugestões nem dicas sobre a importância de se enveredar pelo universo do autoconhecimento e da autoliderança, como mecanismo de aprendizado, de valorização da auto-estima e de conseqüente crescimento.

O propósito deste texto é permitir que você, à medida que refletir sobre os questionamentos apontados, explore e se conheça de uma forma mais sistemática e se perceba de uma maneira singular, como detentor de muitas virtudes (talvez até então não-consideradas com a relevância que merecem), habilitando-se a cargos e funções em que relacionamento interpessoal seja fundamental, e que sejam, conseqüentemente, mais bem reconhecidos em termos de imagem e de mercado. Precedendo essas ações específicas, fica o convite para se trabalhar, também, o relacionamento intrapessoal. Assim, através de ações estruturadas, será possível acelerar e/ou redirecionar o seu processo de desenvolvimento pessoal e profissional.

De certa forma irá, permitir-lhe, também, avaliar-se sobre as suas conquistas, os seus dons, as suas habilidades, bem como, se for o caso, o seu grau de acomodação, diante de tantas possibilidades que podem se descortinar à sua frente. Valeria a pena, num primeiro momento, correr os olhos sobre todo o texto, antes de qualquer reflexão ou resposta. Vamos, então, às questões:

- o que lhe falta para ser mais bem focado em seus propósitos?;
- qual a ação significativa que você deveria desencadear agora?;
- como você está pavimentando o seu caminho, desde o seu "estágio atual", até atingir o "estágio desejado"?;
- qual o seu percentual de desperdício do seu potencial como um ser especial?;
- o que é mais vívido e forte em você?;
- qual o espaço do "poder de transformação" em sua própria vida?;
- dentre os que o ouvem ou o seguem, o que mais deve lhes chamar a atenção sobre você?;
- como estão os seus processos de auto-descobertas?;
- quais são os seus grandes progressos recentes?;
- o que se pode dizer atualmente sobre você?;
- como você está, em termos de resultados concretos?;
- o que se constitui em um grave erro de enfoque de sua parte?;
- por quais transformações você está passando neste momento?;
- qual o espaço da autodeterminação na consecução dos seus resultados?;
- qual a divisão de domínio de espaço e de poder, em sua vida, comparando suas "iniciativas" e suas "acabativas"?;
- quais são os seus grandes poderes de fogo?;
- o que vale muito a pena na sua vida?;
- o que poderia ser diferente em sua existência?;
- o que é mais forte em você?;
- o que de prático você tem conseguido, em termos de poder de transformação de conduta dos outros?;
em que aspectos, domínios e assuntos você está no "jogo"?;
- o que acabou ficando pelo caminho em sua vida?;
- o que você insiste em continuar fazendo?;
- do que não se deve abrir mão?;
- o que é balela e o que é verdade em sua vida?;
- como deve ser encarada a religião?;
- qual a importância da fé?;
- o que você pode dizer a respeito de sua fé, de suas crenças?;
- discorra sobre a forma de se manifestarem em você a devoção e a religiosidade?;
- o que diria se lhe pedissem para se descrever em poucas palavras?

E agora? O que irá fazer com o resultado da sua preliminar reflexão? Há vários caminhos e possibilidades. Em qualquer deles seria interessante registrar seus posicionamentos por escrito. Você pode hierarquizá-los e se deter apenas naqueles que mais bem lhe dizem respeito nesse momento.

Ou então agrupá-los por similaridades: assim você poderá abordá-los em blocos. Outra possibilidade seria, a cada intervenção (em momentos diferentes), abordar aleatoriamente alguns dos itens.

Se você gosta de escrever bastante, faça uma redação por vez, discorrendo sobre cada uma das questões isoladamente.

Qualquer que seja o caminho escolhido, seus esforços terão sido em vão se você não passar para um patamar maior: o de colocar em prática as suas conclusões, redirecionando as suas ações a partir da elaboração de um plano de ação, escalonado em prazos de diferentes durações: de imediato, para os próximos três meses, para os seis meses, um ano, três anos.

À medida que implementar suas ações, convém sistematicamente reavaliá-las para saber do êxito das suas escolhas, da importância da correção/reformulação de rotas e da necessidade de inclusão de novas possibilidades.

Boa sorte: com certeza você é muito melhor do que imagina. Quem sabe não está apenas faltando descobrir, com mais clareza e detalhes, a pessoa maravilhosa que existe em você, para, desta forma, pavimentar com mais celeridade e de uma maneira estruturada, o seu caminho rumo ao sucesso profissional.

Como se pode ver, não basta apenas conhecer tecnologias, dominar ferramentas, saber fazer uso de metodologias negociais, esquecendo-se que a base de tudo é você. Qualquer que seja, pois, a extensão da sua viagem, convém que o primeiro trecho seja sempre rumo ao seu interior: lá podem estar as respostas-chaves da sua carreira.

Boa sorte: siga em frente e, depois, me conte os resultados.

L.A.C.

sexta-feira, novembro 05, 2004

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE MÍNIMAS NORMAS DE CONVIVÊNCIA EM GRUPO

Estruturar-se para aceitar com naturalidade a contestação e a discordância às suas posturas, opiniões e convicções.

Entender que quem usa a palavra é, naquele momento, a pessoa mais importante do grupo, merecendo, portanto, toda o respeito e a atenção.

Ser pródigo nos pertinentes elogios: todo ser necessita ser validado no dia a dia. Aquele que sabe elogiar e reconhecer o mérito de alguém torna-se muito mais credenciado para elaborar construtivas críticas.

Concentrar-se nas suas ações, deixando "de mão" os deslizes e transgressões, de terceiros, que não lhe dizem respeito, lembrando-se sempre de que, em muitos contextos, a reação alheia é problema alheio.

Controlar a autodispersão quando se necessita de energia concentrada e se espera sinergia na análise e resolução de problemas comuns.

Não atrapalhar quem está ao seu lado, fazendo brincadeiras bobas, pequenas fofocas e levianas inferências que, com certeza, em nada ajudam na compreensão do que está sendo discutido.

Ser gentil e generoso quando da formulação de críticas: nada de comentários furtivos, maledicências vazias, prejulgamentos preconceituosos.

Nos rompimentos e desentendimentos, nada de agressões fortuitas, de rancores exacerbados, de ódios gratuitos: de preferência, nas relações, nunca corte o que puder desatar.

Não ficar neutro nas discussões de trabalho e em questões que seria importante um posicionamento seu. Assumir suas posições: é uma forma saudável de fortalecer suas convicções, de se dignar a rever suas posturas porventura equivocadas ou improcedentes e de contribuir sobremaneira para o crescimento dos demais.

Compartilhar seus conhecimentos, dons e habilidades com a turma, incentivando o despertar de novos talentos e novas lideranças.

Difundir no grupo os bons textos, as boas fontes, com interessantes posicionamentos e promissoras tendências, sejam eles sites, livros, artigos, poesias, periódicos.

Reservar à ética um espaço cada vez maior em todas as formas de relacionamento.

Não prejulgar de forma negativa, depreciativa, incriminatória, antes que tenha um mínimo de evidências. Ao ser atingido ou prejudicado em algum acontecimento, dê à pessoa envolvida a chance do esclarecimento.

Fazer uso das suas competências para tornar o ambiente comum cada vez mais rico, solidário e profícuo, em termos de idéias, pensamentos e ações.

Lembrar-se sempre e colocar em prática do preceito confortador: "Se sofres injustiça, consola-te: a verdadeira desgraça é cometê-las".

Cuidar do seu crescimento interior (espiritual, intelectual, psíquico, emocional), numa contínua busca da auto-depuração.

Saber dosar o limite de insistência, em termos de tentativa de persuasão de alguém: "Você pode levar um cavalo às margens do rio, mas não consegue obrigá-lo a beber água".

Ser humilde, sem ser servil; ser simples, sem ser simplório; ser reflexivo, sem ser lacônico; ser conciso, sem ser incompleto.

Crer mais amiúde nas pessoas e nas suas boas intenções, principalmente as mais próximas e que desfrutam da sua intimidade.

Agradecer sempre as experiências vivenciadas, tanto as que trouxeram felizes desdobramentos, como aquelas que apresentaram frustrantes resultados: são apenas necessárias etapas de seu natural processo de maturação.

L.A.C.

sábado, outubro 30, 2004

VOCÊ VIU UM MONDRONGO POR AÍ?

O que eu vou falar é quase um segredo, mas, convenhamos: alguém tem que abordar esse assunto. A Terra, principalmente as concentrações urbanas, tem sido invadida por seres misteriosos de um planeta distante, chamado Mondrongônia. Obviamente os seus habitantes são os mondrongônios, mas, no popular, atendem melhor quando os chamamos de mondrongos.

De início posso lhes dizer que eles são pacíficos, o que traz uma grande tranqüilidade para todos nós. Talvez você me pergunte: "Como é que eu nunca vi nenhum deles?". É procedente e natural a sua dúvida: não se assuste. São fisicamente iguais aos humanos como você, pois copiaram quase todo o nosso código genético, tendo, também, uma similaridade de hábitos, através da "clonagem" dos nossos comportamentos e atitudes. Ia me esquecendo: eles têm mais paciência do que nós costumamos exibir, o que revela como são evoluídos.

Revelam, entretanto, uma dificuldade natural, e aqui vem o problema de convivência com a gente: eles não entendem com clareza as regras do nosso trânsito, acham que estão dirigindo no quintal da casa deles (o fazem sem pressa alguma) e nem sabem muito bem como dirigir os veículos terrestres, principalmente os carros comuns, de forma a fazer o trânsito fluir sem problemas. Falta-lhes essa consciência do coletivo: não assimilarem que uma atitude inadequada deles acaba repercutindo na vida e no tempo das outras pessoas que coabitam os espaços na mesma cidade.

Como se pode ver, nesse quesito "entendimento da realidade", os mondrongos não são muito bem sucedidos, pois é comum, em seu planeta de origem, apesar de estarem num estágio de evolução muito superior ao dos terráqueos, não serem providos de senso lógico, e isso faz toda a diferença aqui, no trânsito, na Terra.

O impacto maior é no espaço urbano: gostam muito de dirigir em baixa velocidade utilizando a faixa da esquerda: eles não conseguem assimilar, de jeito nenhum, que a faixa da direita é a reservada para os veículos que transitam em baixa velocidade.

Às vezes gostam de utilizar simultaneamente as outras duas faixas, também: costumam dirigir em formação, sempre vagarosos, com os seus três veículos alinhados, impedindo que alguém que esteja querendo dirigir numa velocidade normal os ultrapasse.

Outra singular característica é que são muito precavidos: mesmo sabendo que só vão fazer uma conversão à esquerda (esses retornos normais) daqui a trezentos metros, eles já posicionam, desde o início, seu carro na faixa da esquerda e, dali não saem, dali ninguém os tira ( e o trânsito que se dane).

Quando vão entrar numa rua à direita e pretendem, uns quinhentos metros à frente, fazer uma conversão à esquerda, eles ficam parados, dando seta, mesmo com o sinal verde, aguardando uma oportunidade de entrar, na rua à direita, na faixa da esquerda: são incapazes de entrar na faixa à direita para, em seguida, à medida que o trânsito evolui, passarem para a faixa do meio e, mais à frente, irem para a faixa da esquerda.

Por uma incrível aplicação da Lei de Murphy, eles sempre estão na primeira fila quando o sinal de trânsito se fecha, e haja paciência para os terráqueos que se postam, no máximo, a partir da segunda fila: somente quando o sinal fica verde é que eles vão procurar se lembrar (ah, ia me esquecendo: eles são meio ruins de memória) onde fica o câmbio. Aí eles interrompem a leitura de algum texto, engatam a primeira marcha, soltam o freio de mão e, finalmente, saem devagarinho. "Graças" à ação atrapalhada de um mondrongo, poucos carros conseguem passar, antes de o sinal ficar vermelho novamente: e aí começam a se formar novos congestionamentos.

Outra característica marcante desses seres nos sinais fechados é que eles não gostam de, parados, ficar muito próximos do carro da frente: se são os primeiros da fila, como quase sempre o conseguem, deixam uma espaço vazio de uns quinze metros.

Se ao longo de uma fila, você for computando um mondrongo aqui, um mondrongo ali, o desperdício de espaço é muito grande, o que torna o trânsito bastante lento.

Dirigindo calmamente, os mondrongos costumam acionar a seta, fazem uma conversão à direita, e depois a esquecem ligada, o que, não impede que, mais à frente, façam nova conversão, dessa vez à esquerda, confundindo totalmente a nós, seus seguidores no trânsito.

Eu estranho, também, que, quando são muitos os mondrongos no trânsito no mesmo lugar, à medida que o sinal fecha e, tendo três faixas disponíveis, eles preferem formar uma fila indiana, ou no máximo dupla, deixando pelo uma faixa quase que totalmente desperdiçada. Seria natural se esse "desperdício" de faixa ou faixas não atrapalhasse todo o fluir do trânsito da rua. Aliás, boa parte dos congestionamentos – grandes ou pequenos - só acontece pela inação dos mondrongos dispersos na multidão.

Quando os mondrongos vão estacionar, conseguem provocar irritações. Se a vaga for perpendicular ao meio fio, eles estacionam de forma paralela, ocupando duas vagas. Quando a vaga é demarcada a 45 graus, com claras marcações de limites laterais de vaga no solo, os mondrongos pensam que a marca no chão determina o centro da vaga: aí novamente, eles desperdiçam uma vaga.

Quando se forma um congestionamento nas ruas , e está prestes a fechar o sinal, aparecem sempre dois tipos de mondrongos:

- os que forçam a barra, sabem que não vai dar para passar, mas querem passar, assim mesmo. Resultado: o sinal se fecha, o trânsito à frente não flui e os mondrongos ficam parados no meio do cruzamento, impedindo que os veículos fluam na via perpendicular. Quando flui o trânsito no via em que estão os mondrongos, o sinal se fecha novamente para os que estão na via contrária, fazendo esses motoristas terem que esperar uma nova abertura de sinal, desde, é claro, que novos mondrongos não atrapalhem outra vez o trânsito para os mesmos motoristas retidos;
- aqueles que, estando cinqüenta metros distantes do sinal - que ainda está verde - , reduzem significativamente a velocidade, como que se estivessem à espera do sinal vermelho, e aí, naturalmente, transcorridos uns preciosos segundos, o sinal fica vermelho. Como conseqüência, pelo menos três carros daquela faixa deixam de passar em condições legais.

Numa rua estreita, em que não há chance de ultrapassagem, se houver filas de carros estacionados ao longo do meio-fio, gostam de parar no meio da rua, para descarregar pacotes, esperar filhos saírem dos prédios, ou mesmo conversar com outro mondrongo pedestre.

Como se pode ver, a maior ameaça dos mondrongos, por enquanto, é à nossa paciência e ao nosso tempo disponível. E não adianta buzinar, nem xingar: sequer passa pela cabeça deles que os insultos lhes são dirigidos, pois crêem firmemente que estão dirigindo da forma certa. Afinal de contas, se tivessem discernimento, não cometeriam essas leviandades no trânsito.

Relaxe, portanto, e espere, quando estiver no trânsito, pois não tenho a menor idéia como me livrar deles no trânsito, nem como fazê-los mudar a conduta, ao entenderem o dano que causam. O alerta que faço a vocês só se justifica pelo fato de, estando cientes da verdade, certamente não cometerão nenhuma agressão ou violência contra esses chatos e pacíficos transgressores.

L.A.C.

terça-feira, outubro 26, 2004

PONDERAÇÕES PARA UM NOVO GERENTE

Para você que, em breve assumirá um cargo gerencial, ou para quem pretende um dia seguir esse caminho, ou ainda para já atua nesse espaço, eis algumas ponderações que poderão ser objeto de reflexão, como forma de balizadores de conduta.

Como ponto de partida, procure ter uma boa gestão de você mesmo, das suas coisas, das suas prioridades, do seu tempo: tudo começa sempre na pessoa. Passe a limpo os seus pontos fortes, procurando definir estratégias para extrair o melhor proveito deles, sem se esquecer dos pontos a desenvolver, analisando quais deles precisam de uma atenção urgente, com destaque para os impactos diretos que terão de imediato na nova carreira.

Embora seja natural assumir diferentes papéis (de pai, de filho, de amigo, de chefe, de subordinado, etc), a sua formação como indivíduo (valores, ética, transparência, princípios) norteará toda a sua conduta profissional. Leve sempre em consideração que essas duas vertentes são indissolúveis.

Sempre nos amparamos em referências para construir a nossa identidade profissional: é comum admirarmos diversos gerentes com quem já trabalhamos, ou sobre quem lemos, com base na literatura disponível a respeito. Preste atenção em tudo, separe o que mais lhe interessa, mire-se nos bons exemplos e nos modelos vitoriosos, mas, acima de tudo, seja você mesmo, valorizando, no seu estilo de trabalho, as suas virtudes e os seus diferenciais competitivos, que, certamente, são muito significativos.

Não queira ser ou demonstrar ter aquilo que não combina com o seu jeito, a sua educação, a sua formação, a sua personalidade: não vai dar certo, com certeza.

Mostre-se receptivo e procure ser amigo de todos. Fuja, entretanto, do modelo paizão, aquele que é um grande protetor e um grande quebrador de galhos, que faz vista grossa para muitas falhas e omissões. Não se iluda com a possível popularidade que esse estilo aparentemente traz (tapinhas nas costas, elogios encomendados): esse tipo de profissional é extremamente conveniente para quem quer cumplicidades negativas, mas ele nunca será amado, nem mesmo admirado, ficando sempre para você a pecha da fraqueza e da incompetência.

Não se intimide de tomar medidas impopulares, sempre que se fizerem necessárias: dizem que a melhor maneira de causar uma irritação geral é tentar agradar a todos, pois acaba se tronando um consenso que os desiguais devem receber tratamentos diferenciados.

Uma regra interessante a ser seguida nas negociações é sempre construir uma saída honrosa para o vencido. Contente-se com a vitória: você não precisa aniquilar nem espezinhar aquele que levou a pior. Outra é fazer uso da empatia pragmática, ou seja, em vez de fazer para o outro o que gostaria que fizessem para você, faça para o outro aquilo que ele gostaria que fizessem para ele.

Você será muito mais respeitado e se sentirá mais acolhido no grupo na hora das críticas à conduta de cada um deles se tiver a generosidade, a grandeza e a competência de tecer elogios nos momentos quem que eles se mostrarem pertinentes.

Cuidado com o elogio público a alguém em especial: ao contentar um, você poderá estar descontentando muitos outros, que se julgarão merecedores de igual distinção. Quanto às críticas, é quase unanimidade que elas deverão ser feitas em separado, começando, também neste caso, pelos elogios, fazendo sanduíche de feedbacks: primeiro um aspecto positivo sobre a pessoa; depois um ponto a desenvolver; novamente uma virtude; e assim por diante).

Promova, de vez em quando, reuniões com pauta livre, sem nenhum assunto predeterminado: é uma ótima maneira de obter informações sobre como eles estão se sentindo, quais os assuntos e preocupações que mais estão lhes chamando a atenção, qual o grau de satisfação da equipe, além da possibilidade de você obter muitas dicas e sugestões.

Tendo em vista a riqueza do tema e a diversidade de reflexões pertinentes, comprometo-me a voltar a abordar este assunto em breve, num outro artigo.

L. A. C.

quarta-feira, setembro 29, 2004

DUAS PALAVRAS MÁGICAS

Para muitos é difícil pronunciar as palavras "Não sei.", mesmo quando elas se mostram como a melhor alternativa para a situação. É preciso sabedoria para dizê-las com serenidade e naturalidade. Como driblar o ego e se desnudar, mostrando-se ignorante? Vem aquele interior questionamento: "O que vão pensar de mim se eu não souber essa resposta?" Vamos observar algumas distintas situações.

No ambiente de trabalho: "Comigo as coisas são no grau: não tem nada que eu não saiba um pouco", pensa o sabichão. "Com que cara vou dizer ao chefe que não sei? Qual é? Se ele veio perguntar para mim é porque eu tenho condições de responder. Não vou queimar o meu filme".

E quando o caso envolve vínculos afetivos de primeiro grau? "O quê? Falar para o meu amor que não sei o que está me perguntando? Como fica o meu moral? Sou referência no pedaço". Tem ainda a situação daquela pessoa cuja filha querida lhe formula uma pergunta fora do seu campo de conhecimento: "Tenho que preservar a minha imagem de sabichão: afinal de contas, para ela eu sou o máximo, sou infalível".

Imagine o desconforto daquele indivíduo quando o amigo que lhe chama de "guru" lhe perguntar algo, trazendo, ainda, outro amigo dele, como testemunha, para presenciar uma demonstração da vasta erudição. Certamente, antes de emendar a pergunta, como sempre faz, ele dirá, eufórico e orgulhoso: "Quer ver? Ele nunca me deixou sem resposta: sabe tudo!". Qual a reação do "Enciclopédia" se não souber a resposta nesse caso?

Em entrevista para emprego, fazendo parte da banca examinadora, vi candidato que, para não dar o braço a torcer diante de uma pergunta que desconhece, franze a testa, diminui o ângulo de visão e fala de forma pausada, verbalizando abobrinhas que nada têm a ver com a formulação feita. Perdeu, então, qualquer chance de ser escolhido, ao ferir um elementar princípio ético: o da integridade.

Há muitas outras formas de alguém ser inconveniente, como aqueles que, na ânsia de honrarem o seu bordão "Sou curto e grosso", pecam pela grosseria, acrescentando outras palavras à frase-padrão "Não sei": "Não quero saber e tenho raiva de quem sabe".

De que forma se deve analisar o caso em que a pessoa se acostuma a ser "criativa" na hora de responder categoricamente sobre o que não sabe, como se exibisse pleno domínio sobre o assunto? Ela faz essa dissimulação com tanta competência, freqüência e naturalidade, que a máscara acaba colando em sua face para sempre: "convence-se", então, que realmente "sabe" tudo. Nesse caso a fantasia tomou posse da mente, passando, então, a acreditar que é a realidade.

Como se pode constatar, o repertório pode ser bem diferenciado: todos esses atores julgam imprescindível reagir e se comportar como o fizeram. Espera-se, entretanto, uma postura óbvia nessas situações, a mesma exigida daquele que está atuando como professor ou palestrante, ou seja, quando se desconhece o teor da resposta, deve-se dizer simplesmente: "Não sei. Vou pesquisar sobre o assunto e, tão logo tenha uma resposta, direi a você". Pode-se, também, trilhar um prudente caminho alternativo e dizer, quando for o caso: "Não tenho certeza: se fosse para arriscar, eu diria que a resposta é ...".

Tudo seria bem mais produtivo nas relações interpessoais se todos tivessem o compromisso da transparência. Quer situação mais natural do que não saber a resposta de algumas das perguntas que lhe são formuladas? Elas podem perfeitamente não pertencer ao seu campo de atuação ou de interesse. Mesmo pertencendo, você tem o direito de desconhecê-las.

Ainda há muito o que se estudar sobre o comportamento humano: o que exercitei aqui foi apenas levantar algumas hipóteses. Se me fosse perguntado, de forma categórica, exigindo fundamentação: "Por que as pessoas assumem essa postura inconseqüente com tanta freqüência?", a minha resposta poderia ser sintetizada em duas palavras: "Não sei".

L.A.C.

CÓDIGO ÉTICO DO ALUNO/TREINANDO

São conselhos aparentemente óbvios: não custa lembrar que, por conta de obviedades e de aspectos implícitos não verbalizados, muitas vezes acontecem sérios ruídos no processo de comunicação, causando inimizades, ineficiência e, no mínimo, sérios conflitos.

Compareça a todas as aulas e atividades: pode ocorrer que, justamente naquela que você faltar, sejam repassados conceitos e mensagens fundamentais para o seu crescimento pessoal e o seu direcionamento profissional .

Respeite os horários de início e fim das atividades: muitos querem sair no horário de encerramento, mas não se preocupam em chegar em sala no horário de início do evento. Somente saia da sala durante a realização do evento por motivos absolutamente indispensáveis/justificáveis.

Desligue o celular, ou, se estiver aguardando alguma ligação muito importante (principalmente envolvendo questões de saúde de familiares), mantenha-o no "vibracall" (silencioso): se ele tocar, saia rapidamente da sala para atendê-lo. Alguns participantes caras de pau seguem todo o script do mal-educado, pois deixam o celular ligado, que toca várias vezes durante a atividade: nesses momentos eles atendem às chamadas com naturalidade e mantêm a conversa em sala, o que é extremamente desrespeitoso.

Participe ativamente das aulas, tendo "foco", estando inteiro na sala. Controle a autodispersão: se qualquer ruído ou evento o distrai, descubra mecanismos de se fazer efetivamente presente em sala, com a atenção centrada no evento. Faça anotações constantes, o que exigirá bastante concentração, além de lhe permitir ter, a todo momento, um vínculo com o assunto que está sendo tratado.

Não mantenha conversas paralelas: esclareça em sala suas dúvidas, diretamente com o facilitador/professor. Assim, em vez de provocar dispersão na sala ao comentar algo com o seu colega ao lado (e distraí-lo, também), exponha a sua dúvida ou idéia para o facilitador, que estenderá o seu questionamento para o grupo todo. Na maioria das vezes elas são dúvidas também dos outros participantes que, por vergonha, não fazem perguntas e permanecem na dúvida. Não existe pergunta cretina: no máximo ocorre uma resposta cretina.

Faça uma coisa de cada vez: durante a aula ou treinamento não é o momento adequado para ficar lendo ou folheando um livro, apostila, ou fazendo um exercício de outra disciplina. Alguns alunos parecem passar por um processo de carência: fazem algo inadequado só para chamar a atenção: demonstram ficar felizes/satisfeitos ao serem repreendidos

Ajude a enriquecer o conteúdo do que está sendo tratado em sala, ilustrando o seu depoimento com exemplos (pessoais ou de pessoas conhecidas, ou ainda com base em leituras feitas).

Não deixe para estudar apenas na véspera das provas ou horas antes da sua realização: além de ter poucas possibilidades de ter algum efeito prático, você corre o risco de embaralhar conceitos. Não falte principalmente às aulas que antecedem a realização da prova.

Mantenha acesa a chama da inquietação e da curiosidade em sala: peça detalhes, exemplos, desdobramentos. Estabeleça analogias, explore possibilidades e potencialidades. Enxergue cada questão sob todos os ângulos possíveis, colocando-se no lugar dos diferentes personagens: são variadas formas de se estabelecer um amplo leque de alternativas, com maior isenção e profundidade, devendo aumentar significativamente a qualidade do seu processo de tomada de decisão.

Faça o seu marketing pessoal, mostrando suas habilidades e virtudes. Lembre-se que a sala de aula é um ótimo local para enriquecer a sua rede de relacionamentos: se você se destacar, através de uma equilibrada conduta (ao exibir inteligência, senso crítico, criatividade, capacidade de trabalhar em equipe e postura empreendedora), poderá ser objeto de indicações para estágios, empregos.

L.A.C.

terça-feira, setembro 28, 2004

INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

Em 1865 foram necessários treze dias para a Europa saber que Abraham Lincoln havia sido assassinado. Hoje em dia uma oscilação forte na Bolsa de Valores de um País leva algum segundos para levar seu efeito devastador a todas as Bolsas do mundo. Atualmente uma edição do jornal New York Times contém mais informação do que uma pessoa comum poderia receber durante toda a vida na Inglaterra do século XVII (Ansiedade de Informação, Richard Wurman).

Dizem que na Idade Média aquele que tivesse lido dez livros era considerado erudito. Se possuísse duas dezenas de exemplares tinha uma biblioteca particular respeitável. A Biblioteca da Alexandria, a maior do mundo à época, possuía seiscentos mil documentos. Hoje em dia na Internet, com cerca de sete bilhões de sites, ingressam milhares de novos usuários a cada minuto.

Hoje em dia as pessoas podem ter muitos livros em sua casa, mas se conversar com elas, descobrirá que leram pouquíssimos. Desses, em alguns a leitura se perdeu nos primeiros capítulos. Compram-se livros pelos mais diversos motivos: por ser best-seller, por ser o livro ou o autor da moda, por ser o roteiro de algum filme, novela ou mini-série, ou por ser do tipo auto-ajuda, sem contar todos os livros ganhos (nem sempre do agrado do presenteado). Compra-se também para formar uma bela biblioteca e impressionar quem visita a sua casa, como efeito decorativo (preencher os espaços vagos nas estantes).

Há uma distância infinita entre Informação (disponível e bombardeada a todo segundo pela mídia através de telejornais, sites, diferentes meios de comunicação) e Conhecimento (o que é incorporado ao seu repertório e que sobra depois que você realizou todos os filtros seletivos).

Tudo é pressa e correria atualmente: é comum ficar estressado e até deprimido por tanta coisa que se quer ler, ver e fazer, sabendo que não vai ter tempo de realizar nem um milionésimo do que se pretendia. Tudo envelhece a uma velocidade espantosa: teorias, padrões, conceitos, ferramentas, heróis, modelos, palavras, gírias, ideologias, tecnologias.

Nos próximos anos, a cada 90 dias dobrará a quantidade de informação disponível no mundo: se por algum tempo alguém ficar em coma, ou isolado, por algum tempo, sem acesso à mídia, certamente, quando retomar à informação, estará defasado do contexto mundial.

A psicanalista Anna Verônica Mautner (Revista Superinteressante) nos fala sobre a importância de se respeitar limites: Ler e aprender sempre foi tido como algo bom ,algo que deveríamos fazer cada vez mais. Não sabíamos que haveria um limite para isso. Está acontecendo com a informação o que já aconteceu com o hábito alimentar: em vez de ficarmos bem nutridos, estamos ficando obesos de informação.

É uma avalanche de informação que dificulta sobremaneira o processo de priorização e de seletividade de cada um: são caixas postais entupidas de e-mails, são revistas e livros que você guarda com a pretensão de ler um dia e se frustra porque sabe que não conseguirá fazê-lo. O grande desafio não é acumular mais conhecimento: cada um deveria aprender como fazer para colocar o que sabe (e com as descobertas) num contexto que tenha sentido prático. Aí, quem sabe, reduz-se o stress, abrindo espaço para os resultados.

L.A.C.

segunda-feira, setembro 27, 2004

ESTÍMULOS

O que merece ser feito merece ser muito bem feito
Não faça nada com má vontade, de qualquer jeito, com preguiça, com indiferença: em tudo o que você fizer estará registrada a sua identidade, a sua assinatura. Prepare-se como se sempre alguém fosse lhe perguntar: "Isto é o melhor que você pode fazer?". E o seu amor-próprio, a sua auto-estima elevada é que irão fornecer os ingredientes para as respostas.

Esteja inteiro em tudo o que você fizer
Vale para aluno que faz um curso com má vontade, ou para um empregado relapso, incidindo em várias das situações seguintes: falta muito, chega tarde, sai mais cedo. Que comparece à atividade, mas não presta atenção, não faz anotações, conversa muito, dedica-se a outras coisas que não prioritárias naquele exato momento.

Cuidado com a cumplicidade negativa
Namorar com uma pessoa apenas por conveniência: "eu não gosto muito dela, mas vou levando, porque não sou muito cobrado". Trabalhar numa empresa que paga mal, mas tem liberdade de horário. Ter um chefe que não lhe estimula, mas também não é muito exigente.

"Não me deixe só comigo"
Tem gente que não suporta a idéia de ficar cinco minutos em recolhimento: tem medo das conseqüências dos pensamentos que aflorarem e que estes se voltem contra a sua postura, o seu modo de ser. Por isso procura manter a mente sempre ocupada: ao entrar no carro liga o som, ao chegar à sala de espera de consultório, pega uma revista: se não tiver nenhuma que propicie uma leitura leve, acabam lendo as de assuntos científicos (vale tudo para não ficar sem fazer nada e ser obrigada a pensar em si). Outras, quando chegam em casa, seguem um ritual com poucas variações, entrando em cena o seu lado multifuncional: acendem a luz, ligam o som, inicializam o micro, ligam a tevê, pegam um jornal ou revista, colocam alguma coisa no micro-ondas: quanto mais a mente ficar ocupada, melhor.

Atenção para as incompetências localizadas
Muitos têm muitas virtudes e habilidades, mas não se dão conta e, mesmo quando têm consciência da gravidade dessa limitação, nada fazem para melhorá-la e isso acaba limitando significativamente a sua competência, interferindo na qualidade da sua imagem. Essa incompetência localizada pode ser um pavio curto demais (explode por qualquer coisa), uma frieza nos relacionamentos, uma dificuldade em aceitar a limitação alheia, um egocentrismo exagerado. Correrá sempre o risco de ser avaliada assim: "Ela é tão maravilhosa nesses aspectos, mas, em contrapartida, é insuportável em ...".

Cumpra todas as etapas de um processo
O que você começar, provure ir até o fim: cerca de 90% das pessoas que desistem de seu intento o fazem quando estão muito próximas do êxito: seja um alpinista, um maratonista, etc.

Tudo o que não consta como restrição nas regras é permitido
Percebo muito em jogos e dinâmicas de grupo que os participantes criam uma série de barreiras e restrições que os impedem de terminar a atividade e que não foram, em nenhum momento, levantadas pelo Facilitador: existem apenas na mente desses participantes.

Dê asas à sua imaginação.
Normalmente temos uma linha de pensamento convencional, ortodoxa. Se tiver que pecar, que o faça por excesso: é melhor de vez em quando pedir desculpas por uma ou outra ousadia mal-sucedida e ser capaz de grandes resultados do que sempre ter um sorriso amarelo de quem nunca é repreendido porque sempre está com o freio de mão puxado e só faz o óbvio.

Consumismo exacerbado
As pessoas consomem quase todo o tempo contraindo dívidas: é só terem um aumento de salário que anseiam por uma nova versão do produto, o que as obriga a trabalhar mais para honrar os novos compromissos e não saem desse emaranhado. Os seres, nesse triste caso, se transformam em teres: as pessoas passam a ser medidas e avaliadas, de forma cruel, pelo que têm e não pelo que são.

Não se deslumbre com o poder nem se abata com os insucessos
Às vezes ficamos envaidecidos e convencidos com algum êxito alcançado e extrapolamos os limites racionais. Em outros casos nos abalamos em excesso com algo que nos acontece ou que atinge pessoas queridas e perguntamos: "Por que isso?" "Por que agora?" Nas duas situações devemos nos lembrar que tudo tem sua razão de ser, e que, se tivermos suficiente discernimento e paciência, elas se resolverão, pois dizem ninguém é provado além de suas forças. É sempre bem-vinda uma certa dose de comedimento, pois tudo isso também passará.

L.A.C.

sexta-feira, setembro 24, 2004

O MUNDO DOS PARADIGMAS

O que é, final, um paradigma? Pode ser entendido como um conjunto de regras que estabelecem um modelo de comportamento aceito por uma pessoa, ou por uma comunidade com interesses e crenças afins, de acordo com suas convicções e o seu jeito de pensar e de ser. Pode ser válido só para ela, para todo esse grupo de pessoas, para uma seita, um grupo étnico, para um país, ou mesmo por quase todo o mundo.

O que vale como verdade para mim pode não ser para você. O que é indiscutível hoje pode se tornar banal amanhã: basta que eu reformule meus conceitos. O Paradigma é fundamentado no mapa mental de cada um, que é formado com base na herança genética (aspectos físicos e psíquicos), nível intelectual, meio social em que vive, nível cultural, faixa etária, crenças religiosas. Exemplos de paradigmas: "Homem não chora", "Todo político é corrupto", "O trabalho enobrece o homem", "Os mais velhos são mais sábios".

Um paradigma pode ser criado por mim, pode ter sido estabelecido por alguém em quem confio, ou alguém que nem conheço e, nestes casos, endossado por minha pessoa. Pode ser um dogma, pode ser decorrente da educação que recebi. Cada pessoa seleciona os paradigmas que são verdade para si, e estes vão definir o seu modo de ser, o seu estilo de vida, tornando-se, assim, o cartão de visitas de cada um.

A mudança de Paradigmas implica em reformulação de premissas que, consequentemente, podem alterar de forma significativa todo o rumo que a pessoa dará à sua vida.

Quanto tempo dura um paradigma? Pode durar um dia, meses, séculos: o mais apropriado é dizer que ele dura até ser revogado ou substituído por outro paradigma que seja mais apropriado ou verdadeiro.

Tem gente que se orgulha de ser sempre do mesmo jeito, com os mesmos gostos, o mesmo vestuário, mesmo corte de cabelo, como se agindo assim fosse uma demonstração de equilíbrio e de personalidade definida. Para esses casos, para reflexão, cabe aqui recordar o que disse Mohammed Ali, ex-campeão mundial de boxe: "Se aos cinqüenta anos você pensa igual aos vinte, perdeu trinta anos de sua vida". As nossas mudanças nos nossos costumes atestam nossa evolução e nossa flexibilidade interior diante do novo.

Qual a importância dos Paradigmas? Em princípio, numa visão radical, eles existem para serem quebrados. Boa parte do que determina se um ser é vencedor ou perdedor está fundamentada nos modelos paradigmáticos que ele adota em sua vida.
Quando eles são cerceadores, mantendo-nos na zona da inércia, impõem-nos limites a respeito de competências, de habilidades, de iniciativas, de possibilidades. Se ousados, transformadores, alçam-nos a novos vôos, fazendo-nos crer que muito podemos, fugindo do lugar-comum.

Um exemplo de adoção de Paradigmas divergentes: são célebres os embates filosóficos entre Parmênides e Heráclito, por volta do Século V A.C., na Grécia. O primeiro fundamentava, certa vez, que as coisas no universo tendiam à harmonia, através da busca da coesão, do equilíbrio, sendo, então, questionado por Heráclito, que afirmou, de forma contundente, que a única constante no mundo era a mudança.

Os Paradigmas estabelecem limites, sendo uma fronteira entre o permitido e o proibido. Muitas vezes são limitadores: por acreditar neles deixa-se de incorporar novos hábitos, não se reformula o modo de ser. Gabriel, o Pensador, tem uma frase interessante: "Seja sempre você, mas não seja sempre o mesmo". É preciso você estar receptivo às mudanças, sempre que necessário, mudar, todos os dias, muito, sempre, para poder ser você o tempo todo.

Não se deve desenvolver nenhum trabalho envolvendo a cultura organizacional, não se deve pensar em estudos do clima organizacional em uma instituição, e nem é viável se implementar os seus respectivos processos de mudança sem se considerar os Paradigmas vigentes e sem se discutir formas de utilizá-los, ou, conforme o caso, de processar mudanças para que sejam repensados e redefinidos.

Mesmo que a metodologia seja vitoriosa, mesmo que as ferramentas sejam interessantes, ninguém pode se dar o luxo de se preocupar apenas com os processos operacionais, com a logística: certamente o cuidado com os Paradigmas fará a diferença na hora da implantação de inovações na empresa.

L.A.C

quinta-feira, setembro 23, 2004

DESAFIOS OU LENDAS

Atualmente, muitos dos alunos universitários mostram-se imaturos e despreparados, inseridos que estão no mundo do banalizado, querendo tudo mastigado, num flagrante exercício da Lei do Menor Esforço: provas/avaliações fáceis, arquivos disponibilizados, textos traduzidos, cópias de capítulos de livro e de artigos técnicos, pouco rigor no controle de freqüência e generoso abono de faltas pelos mais fúteis motivos.

Esse contingente citado não quer estudar: só tirar nota boa. Não gosta de prestar atenção nas aulas, adorando embarcar num empreendimento Helmann´s: viaja na maionese com muita facilidade. Nem sempre está preocupado em aprender: está mais de olho no certificado, no diploma. Acostumado a ser pouco cobrado e instigado, exibe baixa criatividade, pouca postura crítica: repete modelos conhecidos, ficando ao nível da mediocridade.

Muitos dos pais desses alunos, por sua vez, na ânsia de proteger a cria, têm (mesmo que de forma inconsciente) a expectativa de que o Professor seja de tudo um pouco: psicólogo, amigo, conselheiro e mestre. Que o Professor obtenha com os alunos, em termos de educação, postura e respeito, o que eles, pais, não conseguiram, em termos de resultados, nesses anos todos de vida comum.

A propósito, qual o perfil do aluno de hoje? Sem dúvida alguma, na sua maioria, é multifuncional, virtual, plugado: vara parte da noite navegando e, por isso, muitas vezes chega dormindo nas aulas pela manhã. Pode saber sobre o mundo da tecnologia muito mais que o Professor e a Escola, juntos.

Pertence à geração do descartável: ele troca de interesses e prioridades com muita rapidez e facilidade, seja em temos de ídolos, vontades, hobbies. Não consegue prestar muita atenção a uma coisa só, por muito tempo. Desconhece o lúdico das brincadeiras simples: se o poder aquisitivo permite, em seu mundo é tudo high-tech.

O que dizer das instituições? Via de regra são feitos poucos investimentos nos Professores, em termos pedagógicos (metodologias, troca de experiências, ferramentas, tendências, multidisplinaridade). Nessa realidade, para conseguir resultados satisfatórios o Professor conta com seu afilado instinto e sua aguçada percepção. Complementa o seu aprendizado bancando o autodesenvolvimento.

A escola, entretanto, espera que o Professor consiga resultados satisfatórios, exibindo competência, desprendimento e boa vontade para trabalhar com a diversidade, em termos de perfis de aluno:
- o que sabe muito;
- o que muito pouco sabe (muitos desconhecem regras elementares de gramática);
- o que nem quer saber;
- o que é portador de deficiência (visual, auditiva, neurológica, etc.);
- o que tem vasta experiência e conhecimento;
- o que não sabe que curso quer;
- o que tem certeza que não quer o curso em que está matriculado;
- o que é muito imaturo ainda (até há pouco tempo era muito comum o aluno ingressar no curso superior , com dezesseis ou dezessete anos, através de liminar).

Muitas vezes os recursos disponíveis para o Professor são o giz, o quadro e a saliva (sem nos esquecermos que giz causa alergia e suja muito). Em certos casos a tecnologia disponível está num nível razoável de evolução, mas em quantidade insatisfatória. Quando a quantidade é satisfatória, acaba sendo subutilizada.

Nobres a missão e a responsabilidade do Professor: está em sala para compartilhar aprendizagens, resolver problemas, orientar carreiras, buscando caminhos e possibilidades para aqueles alunos que pouco sabem sobre o seu futuro (muitas vezes, por imaturidade), estimulando-os a resgatarem / construírem a confiança em si mesmos, para que possam produzir segundo suas vontades e potencialidades e se tornarem aquilo que podem ser.

L. A.C.

quarta-feira, setembro 22, 2004

MANIFESTO DO ÓBVIO ULULANTE

Encho-me de orgulho de quem um dia teve vontade de fazer um curso: colhe informações, escolhe aquele que é o melhor para o seu momento, inscreve-se no processo seletivo. Sendo aceito, se matricula e comparece em todos os dias letivos (faltas só mesmo no momentos imponderáveis).

Respeita os horários de início de atividade, de volta dos intervalos e de fim das aulas, não se esquecendo das leituras e pesquisas após cada aula. Executa com ardor todas as atividades solicitadas, colocando sua energia em tudo o que vê, faz, lê, ouve, observa, processa, compartilha. Ao executá-las o faz por inteiro: promove anotações, formula perguntas, estimula reflexões, consola, fornece respostas, questiona, ouve, fala, discorda, concorda.

Ilumina, ensina, aprende, acende a chama dos outros. Difunde informação, esclarece dúvidas, aceita o ombro e, assim, se torna diferente, um pouco melhor do que quando iniciou o novo desafio. Que se transporta para outras realidades, que constrói outras possibilidades, que aceita outras verdades. Cada momento é uma nova oportunidade de reflexão e de aprendizado, em que, dar o melhor de si, é o rico ponto de partida de tudo.

Não há como não me encher de orgulho daquele que foge do "mais ou menos" e se nega a se contentar com "metades": meia verdade, meia dúvida, meio sem graça, meio confuso, meia vontade, meia certeza. Como se fosse possível meia virgindade, meio amor, meia gravidez, meia lucidez, meio aprendizado.

Não há limites para descobertas, confirmações, discordâncias, questionamentos, certezas, nem para a vontade de correr dos chavões, das maldades, das omissões, das cumplicidades negativas, das solidariedades nocivas. Nada de fugas, de soberba, de arrogância, de cinismo, de prepotência.

Que cuida de si para evitar a autocondescendência excessiva e a autocrítica rigorosa. Que não se curva à contundência grosseira, ao sentido de inferioridade plena, à certeza da sapiência absoluta.

Que torna pleno o espaço do amor, da lucidez, da ética, da solidariedade. Que torna rica a gana de ser e de saber um pouco mais, de jogar fora o excesso, de reciclar o velho, de sonhar com o puro, de buscar o novo, de renascer a cada momento.

São sempre bem-vindos o teórico que permite o espaço da prática, o prático que não despreza a teoria, o experiente que sempre se redescobre como a primeira vez. O novato que discretamente transpira experiência, o questionador que aceita outras verdades diferentes da sua, o tímido que conquista os ambientes, o humilde que muito sabe e em tudo confia.

Você, que é um pouco assim como a pessoa descrita acima, é muito mais importante do que ousa imaginar. Obrigado por estar entre nós e por ser fonte de reflexão, de vontade e de ensinamento para aqueles que o cercam. Que continue neste propósito de perseverar na grandeza e na beleza de iluminar a todos.

L.A.C.

RELEVÂNCIAS

Dizem que uma problema só aparece em nossa vida quando reunimos todos os ingredientes para resolvê-lo: diante de aflições que permeiam seu pensamento, tenha serenidade, pois com certeza a solução está próxima e, o mais importante, está dentro de você. Picasso dizia: "As coisas são fáceis, ou são impossíveis".

Reserve, soberano, o espaço de Deus em seu ser: ele não prova ninguém além de suas forças. O que é mais comum acontecer é nós não entendermos muito bem , de início, os Seus propósitos.

As pessoas que cruzam o nosso caminho têm sempre algo a nos ensinar: depende dos nossos olhos e do nosso coração para conseguirmos exercitar, com competência, o espaço do aprendizado. Umas só nos enriquecem com o seu jeito maravilhoso de ser e de pensar. Aquelas outras, que atrapalham o nosso caminho, devem ser, também, respeitadas e compreendidas, pois aqui estão para ensinarem algo a nós, nem que seja via caminhos tortuosos. Elas não têm consciência de que estão ensinando algo: cabe-lhe descobrir o que está aprendendo. Os ensinamentos se manifestam de diferentes formas: quem sabe não é a hora de você aprender a ter mais paciência, a ser mais solidário, mais humilde, mais humano, mais perseverante, mais bondoso?

Agradeça sempre a Deus por ser essa pessoa abençoada, inteligente, com singulares dons e predicados, procurando, sempre, retribuir o quanto nos brindou com sua presença e seus exemplos, adotando posturas pacíficas e fraternas, integradoras e sensíveis.

Faça a sua parte, sempre: procure se depurar a cada dia. Cuide-se muito bem, tanto da alma quanto do corpo. Dê o melhor tratamento à sua carcaça, o melhor tratamento que estiver à sua disposição: é nela que você irá passar o resto dos seus dias, que, espero, sejam muitos e felizes.

Conheça-se cada vez mais e curta bastante as autodescobertas, os progressos. Seja a sua melhor versão em todos os momentos. Esmere-se nessa empreitada, tendo consciência que a sua conduta no dia-a-dia é o seu mais interessante cartão de visitas. A cada conquista, a cada evolução ("Eu era tímido", "Eut inha dificuldades para me expressar", "Eu não tenho muita paciência"), corra até o seu programa-fonte e atualize a sua auto-versão, com conceitos melhorados, frutos da sua evolução: com isso você sempre terá pretextos e motivos para manter elevada a sua auto-estima.

Compartilhe com o maior número possível de pessoas as boas-novas em sua vida: isso poderá dar um novo sopro à vida das pessoas que lhe querem bem. Tem muita gente que só sabe compartilhar os problemas: assim que os resolvem, assim que melhoram de vida, esquecem-se de todos aqueles que se preocupavam com ela quando a maré não estava muito boa. Bastar-se e não apresentar problemas para os outros já é uma grande evolução, mas não é suficiente: é preciso compartilhar as descobertas e os novos ensinamentos.

Não se esqueça nunca de que você é referência para um número infindável de pessoas: muitos não se dão conta o quanto influenciam a vida de outras pessoas, muitas delas desconhecidas: nós não sabemos quem são, mas elas, anonimamente nos admiram, não importa por que motivo ou característica: o sorriso, o jeito de ser, o jeito de andar, a inteligência, o porte, a beleza, o instinto solidário, a simpatia, o sorriso.

Esteja sempre pronto a responder de forma afirmativa e assertiva à seguinte indagação: "Eu faria falta se não existisse?". Vou ajudá-lo nessa resposta: claro que você faria muita falta. Pare de olhar apenas para o umbigo e veja o quanto você empresta significado à vida das pessoas, principlamente as que estão à sua volta.

Lembre-se: Deus não desperdiça as criaturas. Gente foi feita para brilhar intensamente. Mantenha, pois, sua alma aquecida, continuadamente. E justifique cada dia mais o alto investimento divino que é mantê-lo vivo, lúcido, inteiro e cheio de amor. Esteja pronto para as buscas, as trocas, os investimentos, os aprendizados, os resultados: é o mínimo que pode fazer por você mesmo e por todos aqueles que não se cansam de amá-lo e que se sentem felizes por tê-lo por perto.

L.A.C.

sábado, setembro 18, 2004

ONDE DEUS QUER QUE VOCÊ ESTEJA AGORA?

Adaptação livre de Lourival Antonio Cristofoletti, com base em texto anônimo

Na próxima vez em que parecer que se levantou com o pé esquerdo, que seus filhos estão demorando para se vestir, que não se lembrar onde deixou as chaves do carro, que pegar todos os sinais fechados no caminho do trabalho, não fique triste, não se irrite, não se sinta frustrado: agradeça a Deus, porque Ele está cuidando de você.

Como você deve saber, muitas dos que se salvaram no ataque de 11 de setembro às torres do World Trade Center, passaram por algum contratempo no início da manhã daquele fatídico dia, que as desviou do seu propósito inicial de chegar a tempo no ambiente de trabalho.

Situações como a do gerente de uma empresa que se atrasou porque aquele era o primeiro dia em que seu filho foi ao jardim da infância. Um outro estava vivo porque precisou passar na farmácia: estava com forte indisposição.

Uma mulher se atrasou porque o despertador não funcionou. Outra porque ficou presa num congestionamento causado por um acidente de trânsito.

Um outro havia perdido o ônibus. Uma mulher teve que trocar de roupa na hora que estava saindo de casa porque derramou café em seu vestido. Alguém estava abatido porque demorou muito para encontrar um táxi.

Muitas outras histórias semelhantes, pequenos detalhes, variados contratempos. Naquele início de manhã, todos esses personagens que se atrasaram, certamente se lamentaram por seus infortúnios: "Essas coisas só acontecem comigo."; "Sou azarado mesmo."; "Vou ser a única pessoa que vai se atrasar."; "Justo hoje que eu tinha aquela reunião tão importante?"; "Essa não: no meu primeiro dia de trabalho?".

Hoje, quando pego um congestionamento de trânsito, perco um elevador, atendo uma ligação no telefone fixo, no momento em que estou saindo para um compromisso importante, e em todas as demais situações em que sou surpreendido por algum contratempo, ou seja, se eu passo por uma daquelas pequenas coisas que antes me aborreciam muito, penso comigo: "Estou exatamente aonde Deus quer que eu esteja neste exato momento".

Reflita sobre tudo isso e prepare o seu espírito para não se deixar abater nos seus próximos aparentes momentos de infelicidade. As escritas em linhas tortas continuam valendo: que Deus continue a abençoar você em todos todos os seus pequenos aborrecimentos.